Bom para você, bom para o planeta!

Vivenciamos uma experiência linda com os colaboradores da Ellece Logística em sua horta e composteiras

Por Marina Ferreira C. Pinto*

Implantar sistemas de compostagem e hortas dentro de empresas é uma ação bastante transformadora: para o meio ambiente com certeza, mas também essencialmente para os colaboradores que se envolvem no projeto, que ao longo do processo se tornam verdadeiros agentes de educação ambiental.

Nossa última e mais bem-sucedida experiência aconteceu dentro da Ellece Logística, que é o centro de distribuição e logística da Bauducco, em parceria com a Barilla. Para nós, depois de um alguns meses trabalhando em conjunto, lado a lado com essa equipe, é fácil identificar que o projeto só deu certo por conta de três principais fatores:

  1. Recebemos apoio total e confiança da Ellece e da Barilla para tocar esse projeto internamente e os erros foram abraçados como aprendizagem e parte do caminho;
  2. O perfil dos colaboradores não poderia ser melhor: interessados no trabalho, cuidadosos, gostando do que fazem e felizes por serem parte do projeto;
  3. As condições do ambiente propícias: muito espaço disponível e luz plena, que as plantas adoram!

Encontrar pessoas entusiasmadas trabalhando é fundamental para que as hortas e composteiras sigam funcionando e perdurem ao longo do tempo. Também, a capacitação continuada dos colaboradores, que deixam de ser apenas do RH ou da jardinagem e passam a ter conhecimento técnico e total domínio das atividades, e passam a ser agentes de educação ambiental. Esse é um ponto chave, de virada no processo: o entendimento e a valorização das equipes, transformando um encarregado de limpeza em um operador de compostagem e cuidador de uma horta agroecológica, por exemplo. Estamos qualificando essas pessoas dentro do trabalho que já realizam – a gente mostra que é possível parar de olhar para o resto de comida como lixo e passar a compreendê-lo como um recurso que pode e deve ser transformado em adubo orgânico.

E a mesma coisa acontece com a jardinagem: o conhecimento sobre horta e compostagem os leva a aprender sobre o cuidado, a atenção, o uso do adubo orgânico, o controle de pragas… para assim, com todos esses recursos, conseguir um lindo jardim e que pode nos oferecer alimentos e mudar nossa relação com a comida.

Aqui no Pé de Feijão o nosso papel, como biólogos e hortelões, é justamente difundirmos o conhecimento da agricultura urbana para essas equipes, para que se empoderem desse conhecimento e se tornem capazes de explicar para qualquer pessoa como funciona o processo. Dessa forma, os empoderamos: eles se tornam donos do projeto, sendo capazes inclusive de solucionar problemas que aconteçam, de planejar e organizar tudo. É o caso do Brás e da Josi, que são os nossos coordenadores da operação na Ellece, dedicados ao projeto, e que vão capacitando os novos colaboradores que chegam.

Da esquerda para direita: Marina, Brás, Simone, Josi, Jonas e Elton (atrás)

Dessa forma, estamos fazendo um trabalho holístico e sistêmico que lida com o ambiente (aumento de áreas verdes, qualidade do ar, alimento para pessoas e outros seres como abelhas), e foca na responsabilidade socioambiental das empresas, especificamente com a adequação à Política Nacional de Resíduos Sólidos, mas principalmente para a formação pessoal do cidadão como agente de transformação.

Leia mais sobre o resultado deste trabalho aqui.

Marina Ferreira C. Pinto é bióloga e uma das hortelãs do Pé de Feijão, trabalha com agricultura urbana orgânica, compostagem e conservação da agrobiodiversidade.